A Mineração Paragominas implementou uma técnica pioneira de engenharia natural para estabilizar terrenos e restaurar a natureza local, uma iniciativa desenvolvida pela equipe de Meio Ambiente. A técnica foi aplicada para estabilizar um talude com nove metros de profundidade e 500 m² de área, tornando a obra uma das maiores iniciativas de bioengenharia de solo já realizadas na Amazônia.
A abordagem tradicional de contenção de erosões, com o uso de concreto e outros insumos artificiais foi substituída por uma técnica inovadora que utiliza materiais construtivos vivos, como sementes, plantas nativas e madeiras, para estabilizar o talude de maneira sustentável. Esse novo método evita o impacto ambiental adicional que técnicas convencionais podem gerar e promover a recuperação da área com o uso de recursos naturais locais.
“O projeto de engenharia natural surgiu da necessidade de estabilizar uma encosta com a menor intervenção possível. Optamos por uma solução que não só estabiliza terrenos inclinados de maneira eficaz, mas que também se integra ao ecossistema, reforçando nosso compromisso com a conservação ambiental e a sustentabilidade. A técnica permite que a própria natureza seja a protagonista do processo de restauração,” destaca Jonilton Paschoal, gerente de Meio Ambiente na Mineração Paragominas.
O projeto consistiu na criação de um "muro vivo" com a utilização de toras de madeira, instaladas nas paredes do talude, e no plantio de espécies nativas. À medida que a madeira entra em processo de decomposição, as raízes das plantas se fixam nos espaços vazios do solo, estabilizando a área de forma natural e evitando a necessidade de intervenções futuras.
A obra, que demandou um investimento de R$ 6 milhões, foi executada em um período crítico de chuvas intensas, demonstrando a eficiência e efetividade da técnica de engenharia baseada na natureza. A execução contou com mais de 2 mil horas trabalhadas, envolvendo sete atividades críticas mapeadas para estabilizar o talude, utilizando práticas que promovem o aumento da biodiversidade e se integram naturalmente ao ambiente. A iniciativa garantiu todos os parâmetros de saúde e segurança do trabalho, sem lesões ocupacionais e acidentes, além de evitar custos futuros ao eliminar a necessidade de descomissionamento.
O sucesso do projeto já gerou reconhecimento no Brasil e no exterior, com a aceitação de cases sobre a iniciativa em eventos importantes do setor, como o 3º Congresso Internacional de Engenharia Ambiental, em Porto Alegre (RS), e a 42ª Conferência Internacional da ICSOBA, na França.
“Com essa inovação, reafirmamos nosso papel de liderança no uso de tecnologias de baixo impacto ambiental. A técnica oferece benefícios diversos, como a estabilização do solo sem a necessidade de obras complexas e de grande impacto, além de contribuir para regeneração ambiental de forma sustentável”, complementa Paschoal.
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